Na noite de quarta-feira, 26 de setembro, a advogada
especialista em direito digital, Patrícia Peck, conversou com educadores e
famílias sobre o papel dos pais na proteção dos filhos nos meios digitais, em
mais um encontro do Programa Cuidar é Básico.
Após fazer uma contextualização, utilizando o conceito de
sociedade em rede de Manuel Castells e os estudos geracionais de Don Tapscott, além
de usar várias referências das leis nacionais, a advogada falou da importância
de se educar para o ambiente digital, assim como se educa para os ambientes
tradicionais.
Patrícia traçou um paralelo entre a internet e uma rua
tradicional: as duas têm atrativos e riscos e, em ambas, não se pode deixar
crianças circularem sem supervisão de um responsável. Patrícia ressaltou que o
termo criança, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é aplicado
aos indivíduos de até 12 anos incompletos e que, até essa idade, a vigilância é
um dever dos pais.
De acordo com a especialista, a formação em valores sólidos é
o principal recurso transmitidos pelos pais que podem levar as crianças e os adolescentes
a se protegerem e agirem adequadamente no ambiente digital. “Se o filho tem uma
formação em valores, assim como ele vai recusar pegar carona com alguém
embriagado, vai saber se proteger dos perigos digitais”, alertou.
Além da formação em valores, outros aspectos levantados para ajudar os jovens a
se protegerem no ambiente digital é o exemplo e a vigilância dos pais, o
diálogo e o estabelecimento de regras claras na família. “Hoje é preciso
colocar um toque de recolher digital, um horário combinado de desligar a
internet de casa”, sugeriu.
A advogada ainda mostrou exemplos de crianças e adolescentes
que tiveram problemas devido ao uso inseguro da internet e as medidas legais
tomadas em diferentes situações. Alertou, ainda, que tudo o que é postado, fica
eternizado, abordando a importância de agir se pautando em valores e leis não
apenas nas colocações presenciais, mas, também, virtuais.