Na noite de segunda-feira, 21 de maio, aconteceu a primeira
edição de 2018 do café do GEF, uma roda de conversa promovida para os
estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio pelo
Grêmio Estudantil Farroupilha (GEF). O encontro, conduzido pelo ex-aluno, pai de estudante e
jornalista Diego Casagrande e pelo ex-aluno e estudante de jornalismo Guilherme
Milman, teve como tema as Fake News.
“Fake News são informações falsas, propagadas de forma
deliberada, com o objetivo de desinformar e confundir”, explicou Casagrande ao
abrir o bate-papo. De acordo com o jornalista, tanto as pessoas como as
organizações, sejam elas públicas ou privadas, propagam as Fake News, motivadas
por interesses econômicos, políticos e pessoais, entre outros. Entre as
consequências dessa propagação de informações falsas, apontadas por Casagrande,
estão a confusão, a revolta e o ódio.
Ao lembrar a história da imprensa, passando pela invenção da
prensa por Gutenberg, pela criação do rádio por Marconi e pela popularização da
informática e das redes sociais, com Bill Gates e Steve Jobs, o jornalista,
enfatizou que as Fake News existem há muito tempo e não são consequência das
redes sociais, mas por meio delas ganharam maior alcance. “A grande novidade é
que agora cada um de nós é um editor, autor ou propagador de informações”, afirmou.
Para apurar se uma notícia é real ou falsa, o jornalista deu
as seguintes dicas: não leia só a manchete; considere e analise outras fontes
de informação; busque outras fontes de sustentação; verifique se não é uma
ironia; mantenha sempre alguma dúvida e; só compartilhe se tiver certeza.
O jornalista lembrou, ainda, o filósofo Hayek ao falar que a
liberdade vem sempre acompanhada da responsabilidade, incentivando os
estudantes a utilizar com responsabilidade as informações a que tem acesso.
O segundo a falar foi Guilherme Milman, que complementou as
informações trazidas por Casagrande, e lembrou que as Fake News ganharam
destaque com a eleição do presidente dos EUA, Donald Trump. Abordando as Fake
News enquanto uma indústria que lucra a partir dos cliques, o estudante fez uma
analogia, na qual o Homem Aranha, herói, representaria a indústria jornalística,
pautada pela informação, o Venom, anti-herói com os mesmos atributos do herói,
representaria a indústria das Fake News. De acordo com ele, o jornalismo
profissional visa à informação para a sociedade, enquanto as Fake News visam à
desinformação para um objetivo específico.
Milman classificou ainda as Fake News em três estágios:
formiga, mosca e mosquito, com complexidades diferentes. O primeiro seria o
mais fácil de detectar a informação falsa, tais como boatos espalhados via
WhatsApp sem apoio em outros meios de comunicação, e o último, mais difícil, já
contando com um suporte em perfis falsos, portais e sistemas automatizados para
propagação.
O estudante de jornalismo reforçou as dicas apresentadas por
Casagrande para verificar a veracidade de uma informação e falou sobre outras
iniciativas que surgiram para combater as Fake News, como as agências de fact checking. O recado final foi sobre
a importância de estar bem informado para não ser pego e nem disseminar
notícias falsas “A gente tem que saber o que está acontecendo, estar ligado”.