Na programação da IV Semana Farroupilha Digital, que
acontece até 07 de abril, palestras e workshops voltados para as famílias
abordam temas como as implicações do uso das tecnologias na infância e
adolescência. Confira a programação completa do evento.
Palestra para pais de adolescentes
"Precisamos falar sobre tecnologia: implicações no
desenvolvimento dos adolescentes" foi o tema da palestra da psicóloga
Aline Restano aos pais de estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e do
Ensino Médio, na noite de terça-feira, 03 de abril.
A especialista explicou que os jogos tendem a causar mais
dependência nos meninos, enquanto as redes sociais nas meninas, e deu dicas
para as famílias identificarem problemas relacionados ao uso desses recursos
digitais, bem como para conversarem com os jovens sobre como usar essas
tecnologias de uma maneira saudável.
O interesse pelo que o adolescente está fazendo, de acordo
com Aline, é uma das chaves para mantê-lo seguro no ambiente virtual. A
psicóloga aconselhou os pais a conhecerem a rotina on-line dos filhos,
conversando com eles sobre quais os jogos favoritos e como os utilizam, que
sites acessam, em quais redes sociais estão.
De acordo com Aline, os pais devem orientar a postura dos
filhos nos ambientes virtuais, trabalhando com eles assuntos como as diferenças
entre a vida postada das pessoas, que passa por uma seleção, e a real, feita de
momentos bons e ruins; a administração dos perfis de pessoas famosas por
profissionais; e a coerência que se deve ter nas vidas on-line e off-line.
A psicóloga afirmou, ainda, que a dependência das redes
sociais ainda não é caracterizada como uma doença psiquiátrica – como é o caso
da dependência aos jogos, mas o uso excessivo de ambas tecnologias pode
acarretar problemas como a queda no rendimento acadêmico, a piora do sono e
brigas familiares. Para diferenciar o adolescente dependente daquele que apenas
faz uso desses recursos, Aline explicou que o dependente abre mão das demais
atividades da vida cotidiana, enquanto o outro demonstra prazer em momentos não
mediados pela tecnologia.
Sobre a limitação do uso, Aline, apesar de ter apresentado
as recomendações da Academia Americana de Pediatria – segundo a qual as
crianças de até 2 anos não devem ser expostas a nenhum tipo de tela, as de 2 a
5 devem passar, no máximo, uma hora por dia expostas e, a partir dos 6 anos o
uso diário deve ser de até duas horas –, afirmou que acredita que cada família
deve encontrar as suas próprias regras, baseadas em sua rotina e cultura.
Atividade para os avós
Na tarde de quinta-feira, 05 de abril, o workshop WhatsApp para a terceira idade reuniu avós e avôs de estudantes na Sala de Artes para uma atividade prática sobre esta ferramenta de comunicação, muito utilizada nos dias de hoje. O grupo aprendeu a realizar ações como trocar a foto de perfil e encaminhar arquivos e a interpretar os códigos do WhatsApp, como os marcadores de visualização de mensagem, além de descobrirem algumas dicas de segurança na internet. O workshop foi conduzido pela Analista de Tecnologia Educacional, Daniela Hahn.
Palestra para pais de
crianças
Na noite de quinta-feira, 05 de abril, os pais de estudantes
do 3º ao 5º ano participaram da palestra “Precisamos falar sobre tecnologia: implicações
no desenvolvimento das crianças”, com o psiquiatra Felipe Picon.
Após fazer uma
contextualização da evolução dos jogos eletrônicos e do que caracteriza
dependência a esses recursos, o especialista passou a dar dicas para os pais
evitarem que seus filhos tenham problemas pelo uso excessivo de jogos, tais
como:
- Conversar com o filho de acordo com a idade da criança:
não antecipar ou retardar assuntos pertinentes aquela etapa do desenvolvimento;
- Dar o exemplo: as crianças aprendem a partir do exemplo,
não adianta pedir para o filho não passar o dia todo com o celular nas mãos se
os pais não o largam;
- Conhecer a tecnologia: é importante conhecer os jogos,
sites e redes sociais que atraem as crianças, até para ajudá-las a selecionar o
que é ou não saudável;
- Propor regras, limites e rotina para o uso das
tecnologias, intercalando com outras atividades;
- Oportunizar atividades de convívio familiar: podem ser com
ou sem tecnologia, o importante é que a criança tenha momentos de lazer com a
família;
- Incentivar hábitos saudáveis;
- Possibilitar estímulos diversificados: além das
tecnologias digitais, as crianças precisam de outros estímulos para se
desenvolverem, como atividades culturais, contato com a literatura etc;
- Conversar sobre segurança e ética na rede, privacidade,
cyberbullying: as crianças precisam entender os riscos da superexposição na
internet, bem como os limites do que pode ser postado naquele espaço. Uma dica
eficaz é não fazer no ambiente virtual aquilo que não faria fora dele.
Antes de abrir para as perguntas das famílias, o psiquiatra deu
algumas dicas de sites para os pais pesquisarem sobre o uso saudável da
internet, como o healthychildren.org e o esbr,org, e de brinquedos que
possibilitam desenvolvimento de habilidades importantes ao cotidiano das
crianças do século XXI, como o Cubetto, o Lego robotizado e o Nintendo switch.
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