As aulas aqui no Colégio Farroupilha começam na próxima
segunda-feira, 20 de fevereiro, mas ao longo de toda essa semana, os
professores e colaboradores de outros setores da escola estão se preparando
para mais um ano letivo com a Semana de Formação Docente, que foi aberta na
manhã desta segunda-feira, 13 de fevereiro, pela diretora pedagógica Marícia
Ferri. Veja algumas fotos.
Marícia recebeu os presentes ressaltando a importância de a
visão, a missão e os valores do Colégio estarem presente nas práticas
pedagógicas ao longo de todo o ano letivo e provocando reflexões sobre os
significados de cada um desses componentes. “O que vem à sua cabeça quando
falamos sobre a nossa missão de formar cidadãos competentes? O que é ser
referência em educação? O que significa os nossos valores, a disciplina e
organização, o empreendedorismo e o bom relacionamento”, questionou a diretora,
conversando com o grupo. “O que eu
desejo para 2017 é que a gente possa vivenciar todos esses valores”, sintetizou.
Após
uma retrospectiva dos principais projetos e atividades do Colégio nos
últimos cinco anos, bem como de apresentar algumas metas para 2017, a
diretora enfatizou a importância de garantirmos, na formação
dos estudantes, a criatividade, a autonomia e o empreendedorismo. "O
mundo está mudando de forma acelerada e a educação precisa preparar os
estudantes para enfrentarem esse universo de incerteza. Criatividade e
resiliência devem fazer parte da vida de qualquer
sujeito no século XXI" concluiu, desafiando os professores a refletirem
sobre seu trabalho.
Educação que dá
certo, com Gabriel Carneiro Costa
A primeira palestra da Semana de Formação Docente 2017 foi
do life coaching Gabriel Carneiro
Costa. Iniciada com uma provocação sobre quantos anos cada um dos participantes
tem hoje e com que idade gostariam de morrer, Gabriel falou sobre a importância
de se pensar no que se quer ser com esse tempo de vida desejado. Trazendo para
a realidade da sala de aula, refletiu sobre que professor cada um quer ser.
Ao abordar os modos de aprendizagem, destacou que o
estudante aprende com o que é escutado, visto, mas, sobretudo com o que é sentido,
fazendo, ainda, uma relação com as matrizes socioemocionais. “A educação
socioemocional é a transparência das relações na sala de aula”, afirmou.
Segundo o palestrante, o estudante que se apaixona por uma disciplina,
encanta-se antes com um profissional que é apaixonado pelo que faz.
Gabriel destacou ainda que os estudantes estão em uma fase
de projeção, na qual pensam sobre o que querem ser e que cabe também aos
professores motivá-los a acharem essa resposta não apenas no aspecto
profissional, mas sobre que tipo de pessoa eles querem ser. Destacou ainda que
essa pergunta deve ser feita em todas as idades, inclusive, pelos próprios
professores. “Você decide a vida que quer perseguir. Mas, a persiga”,
incentivou.
Ao falar sobre projeção, o especialista destacou ainda a
importância de se ensinar as crianças e adolescentes a perseguirem seus
objetivos. “Se a gente tem um sonho, consegue a chave para ele e chega diante
da fechadura, ela se abre. Vamos ensiná-los a irem atrás da chave”, afirmou, e
concluiu “Falamos muito sobre deixar um mundo melhor para os nossos filhos e
alunos, mas vamos nos preocupar em deixar filhos e alunos melhores para o nosso
mundo”.
Metodologias ativas,
com José Moran
Durante a tarde, o professor Dr. José Moran, da USP,
conversou com os professores sobre as metodologias ativas e tecnologias
digitais na educação, trocando experiências e destacando algumas iniciativas já
adotadas pelo Colégio e outras que podem ser inseridas no cotidiano escolar do
Farroupilha.
Contextualizando as mudanças que resultaram no mudo
conectado, online e híbrido que vivemos hoje, o professor defendeu as
metodologias ativas como a forma mais adequada para ensinar as crianças
nascidas neste contexto, que são estudantes makers, que aprendem fazendo. “Aprendizagem
ativa significa mover, perguntar, trocar ideias e não apenas receber”, definiu.
Ao tratar da escola que os jovens querem, o especialista defendeu
maior participação, mais atividades práticas, uso de tecnologias e currículo
mais flexível, citando uma pesquisa feita com 132 mil jovens com idade entre 13
e 21 anos. A partir disso, trouxe conceitos das metodologias ativas que ajudam
a chegar nesse modelo de escola, tais como o hibridismo da sala de aula com os
espaços virtuais; as aulas invertidas, método no qual o professor incentiva o
aluno a chegar à aula com os conceitos básicos já vistos, para que aprofundem
juntos; a personalização das aulas e o compartilhamento dos conhecimentos.
Após uma série de exemplos de escolas inspiradoras, Moran trouxe
o depoimento de uma professora sobre como motivar os alunos a aprender,
destacando a necessidade de conhecer os estudantes, seu histórico, motivações,
paixões e expectativas; acolhê-los com afeto, conversando e interessando-se por
eles; surpreendê-los, pois aprendemos com aquilo que nos sensibiliza; fazer uso
das metodologias ativas; fazer as negociações possíveis, chegando a um
consenso; e, valorizar as produções desses estudantes.
Ao final, o professor abordou ainda a importância de a
família estar junto com a escola nesse processo de aprendizagem ativa,
incentivando que os estudantes, em casa, deem conta de sua parte para se
tornarem protagonistas de sua própria aprendizagem.
Alinhamento teórico
metodológico do Colégio Farroupilha, com Letícia Nunes
O primeiro dia da Semana de Formação Docente foi encerrado
com uma apresentação da coordenadora do Ensino Fundamental – Anos Iniciais,
Letícia Nunes, sobre o alinhamento teórico metodológico do Colégio Farroupilha.
Em sua fala, Letícia conversou com os professores presentes
sobre a geração que está na sala de aula de hoje, abordando as diferenças entre
os baby boomers, gerações X, Y e Z (atual), e sobre como a proposta curricular
do Farroupilha se encaixa neste contexto.
“Se temos estudantes que tem eu seu DNA pensar fora da
caixa, devemos considerar isso em nossas práticas”, convidou, abordando
características do currículo do Farroupilha, tais como a complexidade, a interatividade
e o embasamento em competências e habilidades. Ao falar sobre o perfil do
aluno, a coordenadora definiu: “Nosso estudante aprende a partir das relações
que ele faz com os conhecimentos e com os seus pares, professores e colegas”.
A Semana de Formação Docente continua até sexta-feira, 17 de
fevereiro, trazendo novas palestras e práticas aos professores e colaboradores
do Farroupilha.